Kalash meu amor (ePub)
A arma infame e outras delicadezas
(Sprache: Portugiesisch)
Tornou-se corriqueiro falar em crise das democracias, aumento sideral da violência, injustiça a granel. O que este livro propõe de diferente é a conjugação de tais crises com um fenômeno pouco explorado: a apatia de boa parte da população diante do aumento...
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Produktinformationen zu „Kalash meu amor (ePub)“
Tornou-se corriqueiro falar em crise das democracias, aumento sideral da violência, injustiça a granel. O que este livro propõe de diferente é a conjugação de tais crises com um fenômeno pouco explorado: a apatia de boa parte da população diante do aumento da crueldade, como se isso fosse apenas o novo normal, um novo paradigma que veio para ficar, como a Inteligência Artificial.
Para Fiorillo, não adianta apontar o dedo acusatório apenas para políticos e governos e esquecer que o "povo", ou a massa de pessoas, tem um papel determinante nisso. O tema central deste livro é o embotamento da grande maioria da população diante de disparates de toda sorte e de crimes hediondos.
Mais uma bala perdida que mata uma criança numa comunidade carioca? Normal, é todo dia. Mais um tiroteio de um maluco em uma escola? Nada de novo. Mais bombardeios letais, refugiados em campos insalubres, tráfico humano, milhares de civis assassinados mundo afora? Notícia velha.
O livro de Marilia Fiorillo se insurge contra esta naturalização da crueldade, insidiosa e sedutora. E - está aí o diferencial - ressalta o papel dos espectadores nesta trivialização passiva da violência.
A menina que chora pela morte de sua elefanta de adoção numa ONG, vejam só, usa pulseiras de marfim. O menino ganha uma caríssima Kalash de brinquedo para virar machinho, enquanto as Kalashs de verdade são o prêmio de uma gincana de crianças na Somália. O fuzil Kalashnikov, a famosa AK47, é o fio condutor deste livro. Numa era de ameaças nucleares, mísseis, drones e cyber ataques, é a mixuruca Kalash que continua a ser a arma que mais mata no mundo. É sinônimo de 'democratização da morte': a matança ao alcance de qualquer um. Tanto faz quem mata e quem morre.
O genial e famosíssimo artista e ativista chinês Ai Weiwei declarou recentemente que o Ocidente vive uma condição de indiferença, de embotamento, diante da crescente violência. Fiorillo mostra como esta indiferença, este embotamento, são também disfarçados em atitudes politicamente corretas.
Uma prova instigante desta apatia geral e do embelezamento da morte está na luminária em formato de arma criada pelo designer Phillip Stark. Vende muito bem para clientes endinheirados, fashionistas e exibicionistas.
Para Fiorillo, não adianta apontar o dedo acusatório apenas para políticos e governos e esquecer que o "povo", ou a massa de pessoas, tem um papel determinante nisso. O tema central deste livro é o embotamento da grande maioria da população diante de disparates de toda sorte e de crimes hediondos.
Mais uma bala perdida que mata uma criança numa comunidade carioca? Normal, é todo dia. Mais um tiroteio de um maluco em uma escola? Nada de novo. Mais bombardeios letais, refugiados em campos insalubres, tráfico humano, milhares de civis assassinados mundo afora? Notícia velha.
O livro de Marilia Fiorillo se insurge contra esta naturalização da crueldade, insidiosa e sedutora. E - está aí o diferencial - ressalta o papel dos espectadores nesta trivialização passiva da violência.
A menina que chora pela morte de sua elefanta de adoção numa ONG, vejam só, usa pulseiras de marfim. O menino ganha uma caríssima Kalash de brinquedo para virar machinho, enquanto as Kalashs de verdade são o prêmio de uma gincana de crianças na Somália. O fuzil Kalashnikov, a famosa AK47, é o fio condutor deste livro. Numa era de ameaças nucleares, mísseis, drones e cyber ataques, é a mixuruca Kalash que continua a ser a arma que mais mata no mundo. É sinônimo de 'democratização da morte': a matança ao alcance de qualquer um. Tanto faz quem mata e quem morre.
O genial e famosíssimo artista e ativista chinês Ai Weiwei declarou recentemente que o Ocidente vive uma condição de indiferença, de embotamento, diante da crescente violência. Fiorillo mostra como esta indiferença, este embotamento, são também disfarçados em atitudes politicamente corretas.
Uma prova instigante desta apatia geral e do embelezamento da morte está na luminária em formato de arma criada pelo designer Phillip Stark. Vende muito bem para clientes endinheirados, fashionistas e exibicionistas.
Autoren-Porträt von Marilia Pacheco Fiorillo
Marilia Pacheco Fiorillo é ensaísta e escritora, professora (aposentada) de 'História da Filosofia' e 'Retórica' da USP. Co¬lunista da Rádio USP, tem vários livros publicados, de ficção e não-ficção, e inúmeros artigos nacionais e internacionais (desta¬que para o ensaio The shifting map of religious proclivity in Brazil, and how the media prospect is seemingly unable to deal with it, na coletânea "Religion on the Move", da centenária e prestigiosa editora de Humanidades Leiden-Brill). Trabalhou como jornalis¬ta na Folha de S. Paulo (Folhetim), Veja, Isto É e Isto É/Senhor. Foi agraciada com dois Prêmios Jabuti, em 1981 (Crítica e No¬ticiário Literário) e. em 1999 (Autora Revelação). É doutora em História Social com tese sobre a História do Cristianismo (USP) e pós-doutora em 'Teoria da argumentação e Análise do Dis¬curso' (Pompeu Fabra University, Barcelona), com passagens pela FGV (Fundação Getúlio Vargas, SP, Administração de Empresas) e Unicamp (Epistemologia da Psicanálise).
Bibliographische Angaben
- Autor: Marilia Pacheco Fiorillo
- 2023, 1. Auflage, 128 Seiten, Portugiesisch
- Verlag: Editora Gryphus
- ISBN-10: 658606158X
- ISBN-13: 9786586061581
- Erscheinungsdatum: 19.04.2023
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eBook Informationen
- Dateiformat: ePub
- Größe: 1.02 MB
- Mit Kopierschutz
- Vorlesefunktion
Sprache:
Portugiesisch
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